quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Cáritas prioriza ações e elege nova diretoria para os próximos quatros anos

Na 16ª Assembléia da Cáritas Brasileira, realizada de 16 a 20/10, no município de Castanhal (PA), foram priorizadas ações e reafirmada a missão da entidade para o quadriênio 2008-2011.
Com o tema “Missão e desafios da Cáritas na Amazônia”, os 233 participantes, destes 109 homens e 124 mulheres, com representantes de 98 das 170 entidades-membro aprovaram as resoluções a partir do acúmulo de discussões realizadas em todo o país, durante o Processo de Planejamento Estratégico (PPE 2008-2012), iniciado no segundo semestre de 2006.


Foram definidas quatro prioridades para os próximos anos. A primeira prioridade será a promoção e fortalecimento de iniciativas locais e territoriais de desenvolvimento solidário e sustentável, em articulação com os movimentos sociais, na perspectiva de um projeto democrático e popular de sociedade. A segunda, a defesa e promoção de direitos e controle social de políticas públicas. A terceira, o fortalecimento da articulação da Cáritas com as Pastorais Sociais, com as CEBs e com o conjunto da Igreja. A última e quarta prioridade, a organização e fortalecimento da Rede Cáritas.
Durante a Assembléia a missão da entidade também foi reafirmada para o próximo quadriênio: “Testemunhar e anunciar o evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo a vida e participando da construção solidária de uma sociedade justa, igualitária e plural, junto com as pessoas em situação de exclusão social”.


Eleições - Também ocorreram eleições para nova diretoria e conselho fiscal durante a Assembléia. Dom Demétrio Valentini foi reeleito presidente da Cáritas, Anadete Gonçalves Reis (DF) eleita vice-presidente, Irmã Francisca Erbênia de Sousa (CE) como diretora secretária e Padre Evaldo Praça Ferreira (ES) como diretor tesoureiro. Para o conselho fiscal, foram eleitos os titulares: Luiz Costella (RS), Irmã Iriete Ignez Lorenzzetti (AM) e Aguinaldo Luiz de Lima (SP). Após a homologação do resultado das eleições, o diretor presidente nomeou Maria Cristina dos Anjos da Conceição como diretora-executiva nacional da Cáritas Brasileira para o quadriênio 2008-2011.


Protocolo de intenções –Dom Demétrio Valentini, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, e o secretário de Integração Regional do Estado do Pará, André Farias, assinaram no dia 16/10 um protocolo de intenções no qual o governo se compromete a apoiar técnica e financeiramente as ações sociais da entidade no Estado.
Durante a Assembléia também foi lançado o novo portal eletrônico da entidade (http://www.caritasbrasileira.org/).


>> Prioridades, missão e eleitos para o novo quadriênio
>>Mensagem da 16ª Assembléia da Cáritas Brasileira
>>Cáritas e governo do Pará firmam parceria na abertura da XVI Assembléia
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>> Entidade reelege Dom Demétrio para presidente

Técnicos angolanos ajudam no desenvolvimento social de cinco províncias

Com o objetivo de contribuir no desenvolvimento social, cultural, político e econômico das comunidades angolanas de forma participativa e sustentável, o projeto “Caridade e Progresso” da Cáritas Angolana acontece em cinco províncias: Lubango, Luanda, Bié, Huambo e Mbanza Kongo.

O projeto forma técnicos que agem juntamente com as famílias em busca de soluções para problemas do cotidiano. Os técnicos ajudam também no processo de crescimento de parcerias entre instituições e comunidades de base. Cabe a eles ainda facilitar a promoção da tomada de decisões de forma comum por meio de lideranças democratizadas.

Já foram formados 35 técnicos, cerca de 190 líderes e está em andamento a formação de mais 22 técnicos de diferentes dioceses.

O projeto é financiado pela CAFOD, resultando em um investimento total de USD 60,481.74, em parceria com o Projecto Jango: Formação para a Transformação de Angola.

Cáritas Portuguesa empenhada na mudança social

A Cáritas Portuguesa quer cada vez mais ter uma voz presente nos problemas que a sociedade portuguesa enfrenta. Não aceita por isso que o Estado queira calar o apelo de subsidiariedade que ao mesmo tempo lança à sociedade civil e que esta organização da Igreja responde afirmativamente.


Eugénio da Fonseca, Presidente da Cáritas explicava à ECCLESIA que «o Estado é grande demais para poder resolver as pequenas coisas e pequeno demais para resolver as grandes questões", por isso indica que o Estado não pode ter um discurso em que apela "ao valor da subsidiariedade, e na prática tentar centralizar e retirar às expressões organizadas da sociedade o seu poder de acção, ainda mais que contraria um poder democrático, que não se esgota na representatividade, mas precisa da dimensão de participação".


Se assim continuar, "caminhamos para uma sociedade que atira para o Estado todas as responsabilidades e o acusa de todas as coisas menos conseguidas", aposta. Mas também dentro da Igreja "não a podemos reduzir à sacristia. Se a Igreja não existe para servir, então não serve para nada", sublinha o Presidente da Cáritas.


Eugénio da Fonseca recorda os conceitos laico e neutro da sociedade e do Estado, mas relembra que "ninguém é neutro". Aqueles a quem a sociedade confia no governo do país "são pessoas que também têm opções e que em termos democráticos devem satisfazer a maioria, mas não devem ser amorfos". Qualquer posição a tomar "tem cargas ideológicas" e acrescenta que "a voz da igreja incomoda, daí que surjam vozes que queiram silenciar as acções da Igreja".


Na reunião da Comissão Permanente da Cáritas Portuguesa, o presidente deste organismo explicou que a área de intervenção "vai-se alargando e felizmente somos chamados como parceiros, em muitas iniciativas para dar o nosso contributo no desenvolvimento do país e na promoção das pessoas". É nessa área que a Cáritas "cumpre a sua missão", tendo por isso de preparar as pessoas para estes desafios.


Assim, o Presidente da Cáritas afirma que como prioridade fundamental queremos "dar formação dos agentes da pastoral social". Uma preparação técnica mas "que não se pode desligar dos princípios sociais da igreja". A somar a isto, "percebemos que os reptos lançados à Caritas são cada vez mais, mas mantêm-se as pessoas que colaboram nos serviços pastorais". Nesse sentido, há que criar motivações para envolver mais pessoas, que se identificam com estas linhas orientadoras, que no fundo "se baseiam no desenvolvimento do país, mais humano e sustentável".


Para estar mais próximo da realidade, a Cáritas pretende desenvolver em todas as paróquias um inquérito para "perceber o que existe como resposta em cada espaço", explicou o Pe. Adriano Cardoso, do Conselho Permanente da Caritas. Não esconde ser um trabalho "difícil, dado também as várias organizações que existem na Igreja, que partilham uma identidade comum", mas necessário, dado que muitas organizações desenvolvem o mesmo trabalho.


Fonte: Agência Ecclesia